Gavetas de guardados
Veja como músicos, artistas, colecionadores, cineastas, arquitetos e bailarinos da cidade guardam em casa acervos raros e caros para a cultura de Brasília e do Brasil
As gavetas brasilienses guardam preciosidades. Personalidades da cultura da cidade são também guardiães de tesouros que contam a história da cultura da capital. São objetos, documentos, fotografias, originais manuscritos, estudos para obras, croquis de monumentos, filmes raros, catálogos, programas autografados, um material revelador e, na maioria das vezes, inédito, que ficou guardado durante anos graças ao carinho de seus depositários pela história da cultura. O especial Gavetas de guardados saiu em busca desse material para contar ao leitor que nem só de instituições oficiais vive a história da cidade. Muitos dos capítulos dessa trajetória estão no fundo de caixas e gavetas particulares, escondidos em quartinhos ou prateleiras abarrotadas de casas e apartamentos. Esses guardiães ficam felizes quando há interesse pelo material e costumam disponibilizá-lo para pesquisa. Muitos já tentaram fazer doações, mas não encontraram interesse público suficiente. Outros preferem ver seus guardados bem acomodados em casa à ideia de imaginar a papelada perdida em arquivos fechados. Janette Dornelas é uma delas. Com o acervo iconográfico reunido pela cantora lírica, o Diversão & Arte dá início à série de matérias especiais sob o tema.
Capítulo 1 - Uma história de amizade
Ao longo dos anos, Janette reuniu fotografias, cartas, programas de shows, ingressos de locais onde a roqueira Cássia Eller se apresentou na cidade antes da fama e do sucesso. No acervo há, inclusive, um improvável currículo nunca utilizado pela amiga. Leia mais
Capítulo 2 - De Pixinguinha a Stravinsky
A flautista Dolores Tomé herdou uma coleção de partituras manuscritas. Entre elas, estão algumas feitas pelo próprio Pixinguinha. Do sambista, ela também ficou com uma flauta. No acervo de Aloysio de Alencar Pinto, pianista morto em 2007, está boa parte dos programas do Theatro Municipal do Rio da primeira metade do século 20. O conjunto permite retraçar a história dos concertos do teatro. Leia mais
Capítulo 3 - Obcecados por cinema
Berê Bahia acumulou mais de 300 filmes históricos em um acervo particular do qual ela já fez importantes doações. Leia mais
Capítulo 4 - A bailarina e o maestro
Gisèle Santoro conheceu o compositor e maestro Claudio Santoro em Brasília. Corriam os anos 1960 e Gisèle veio dançar no Congresso Nacional uma obra do próprio músico. Foi amor à primeira vista. Juntos, o maestro e a bailarina construíram boa parte da história da música e da dança na capital. Hoje, ela guarda um acervo de lembranças que incluem fotografias, figurinos e partituras. Leia mais
Capítulo 5 - Acumuladora de registros
Beth Ernest Dias guardou todos os programas da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional desde sua fundação. Em casa, guarda registros inéditos da Feira de Música e do Concerto Cabeças. Na coleção de Neusa França, que está sendo digitalizada por Alexandre Dias, há gravações inéditas das sinfonias de Claudio Santoro. Leia mais
Capítulo 6 - Brasília é um filme
Testemunha da criação de uma identidade para o cinema de Brasília, o professor Marcos Mendes, entre livros sobre a história da capital e filmes de incipiente produção audiovisual, abre o baú de memórias e referências. Lecionando documentário na UnB, ele tem à mão livros sobre os estúdios nacionais e sonha com a Cinemateca de Brasília, além de cultuar objetos como negativos e fotografias de Heinz Forthmann e o projetor 16mm do pioneiro para o cinema candango Paulo Tourinho. Leia mais
Capítulo 7 - Casas de cinema
Colecionadores de longa data, os cinéfilos Elton Brasil, Lucca L´Abbate e Gustavo Menezes guardam bom espaço de casa para abrigar objetos e filmes que marcaram a vida de cada um. O funcionário da Biblioteca Nacional Elton se orgulha dos cerca de 6500 filmes adquiridos, enquanto o historiador Lucca dedica bom tempo na preservação de 150 itens de Star wars e Gustavo Menezes multiplica a paixão pelas produções de Glauber Rocha. Leia mais
Capítulo 8 - Biografia de próprio punho
Graças às anotações deixadas pelo pai em um bloquinho e às partituras originais de composições que guarda em casa, Antonio, filho de José Guerra Vicente, pôde preservar a obra do pai. Material ajudou nas gravações da obra e na escrita de uma biografia. Leia mais
Capítulo 9 - Patrimônio brasiliense
Filha do arquiteto Milton Ramos, Ana Cristina Ramos herdou do pai os croquis de Oscar Niemeyer para o Palácio do Itamaraty. Os desenhos foram entregues a Milton para o projeto do edifício. Na casa de Onice de Moraes, o múltiplo da cabeça do anjo de Alfredo Ceschiatti repousa em uma vitrine. Leia mais
Capítulo 10 - Estudo para o Alvorada
O curador e colecionador Claudio Pereira é aficcionado pela história de Brasília e tem um acervo de obras de arte relacionados à cidade. Entre elas estão um estudo de Maria Martins para a escultura Rito dos Ritmos, do Palácio do Alvorada, e os moldes em gesso das mãos de JK. Leia mais
Capítulo 11 - Raridades de Athos
Valéria Cabral recebeu de Athos Bulcão uma coleção de desenhos de modelos nus, todos guardados com carinho. Ela não sabe ao certo em que condições foram feitos, mas sabe que o artista fez poucos desenhos do gênero durante a trajetória. Na casa da arquiteta Déborah Pinheiro estão as matrizes das fotocolagens feitas por Athos. São peças únicas e inéditas.Leia mais
Capítulo 12 - Um piano diferente
Afinador e idealizador da Casa do Piano, Rogério Resende conseguiu reunir cinco pianolas, um instrumento raro acionado por pedais e fabricado, principalmente, no final do século 19. Além das pianolas, o colecionador tem mais de 300 rolos de partituras, peças necessárias para fazer os instrumentos funcionarem. Leia mais