Renata Nagashima
Quando se encontram, um bom papo é certo. Os amigos Davi Andrade Bentes, 23 anos, Ricardo Bouvier do Nascimento Silva, 23, e Gustavo Araújo do Nascimento Santos, 23, se conheceram e se aproximaram por causa do basquete e, desde então, toda partida é regada de boas memórias e resgate de momentos marcantes que viveram juntos por causa do esporte.
Moradores do Sudoeste, começaram a jogar em uma escolinha há 15 anos e, de cara, se deram bem. “Todo mundo morava perto e a gente começou a ir para os rolês juntos. O basquete aproximou muito a gente, definitivamente”, conta Davi. O estudante Ricardo concorda com o amigo. “A gente estudava no mesmo colégio e não nos falávamos. Por causa do esporte a gente começou a se falar. Em 2008 nos aproximamos para valer.”
Ricardo brinca que a relação do grupo era bacana, porque o time era bom. “Era muito boa aquela época. A gente participava de campeonatos, estávamos sempre juntos”, completa Davi. Foram muitos momentos juntos e o que não falta são histórias para contar. “Teve uma vez, em um campeonato, que eu fiz uma cesta contra sem querer, mas querendo. Eu fui com tudo fazer a cesta e só depois vi que tinha confundido as cestas e fiz uma contra. Eles não esquecem e até hoje é motivo de zoação”, recorda Ricardo.
Apesar de ter cometido a gafe, Ricardo é exaltado pelos colegas porque graças a ele, que não errava um lance livre, o time ganhou um campeonato sub 12 contra o time do Vizinhança. “Foi bonito, cara. Ele não errava o lance. Foi engraçado porque a torcida adversária ficava gritando lá, xingando e ele nem aí, continuava acertando todas e concentrado”, conta Gustavo.
Os meninos chegaram a viajar juntos para um campeonato em Anápolis, em Goiás, mas acabaram perdendo. “Nosso time estava fraco e os caras lá eram gigantes. Mas foi muito legal”, acrescenta Davi. No entanto, Ricardo faz questão de destacar que o time chegou em muitas finais de campeonato. “Ganhamos vários, mas teve uma época que a gente jogava contra um cara que hoje virou profissional, aí ficou complicado para a gente. Aí ele ganhava todos os campeonatos”, afirma.
Nem só de vitórias viveu o grupo, por ter poucas pessoas no time, às vezes eles perdiam por não terem integrantes suficientes. “A gente sempre passava aperto no campeonato, porque na nossa categoria tinha poucas pessoas, então tínhamos que chamar o pessoal mais novo para completar e em outros, perdíamos por WO. Então era sempre muita apreensão porque não sabíamos se ia dar o número de pessoas mínimas jogar. Além disso, não tinha como revezar, então não dava para descansar, era o jogo todo direito”, lembra Davi.
Por cinco anos o grupo treinou junto no mesmo local e mesmo depois de terem seguido caminhos diferentes, a amizade continuou. “Do time, fomos os que mais nos aproximamos, continuamos amigos e nos encontrando para jogar. Depois entraram outros, fomos chamando mais uma galera. Mas por morarmos perto um do outro, facilitou bastante”, explica Rodrigo.
“Às vezes a gente não tinha nada para fazer e aí ficávamos andando pelo Sudeste”, recorda Davi. Como não dirigiam quando eram menores, eles se encontravam na rua e costumavam fazer uma programação nas quadras próximas. “Ficávamos trocando ideia depois do basquete, na maioria das vezes, embaixo do prédio de alguém. Foi legal crescer tendo vizinhos que gostavam da mesma coisa que eu”, completa Gustavo.
Nos últimos anos, a frequência das partidas diminuiu, tanto por causa da pandemia quanto por causa da faculdade dos três. “A gente está meio parado na questão do basquete, mas não paramos de jogar”, diz Ricardo. Mas Gustavo rebate e afirma que os poucos encontros não fizeram com que os amigos se afastassem. “É bom, porque mesmo a gente não encontrando muito para jogar, estamos sempre conversando porque acompanhamos campeonatos. A gente discute sobre basquete e sobre o desempenho dos times. Sempre temos assunto por causa do basquete.”