Texto: Pedro Marra
O diálogo é a marca de Brasília, segundo Dom Marcony Vinícius Ferreira, 5º arcebispo militar do Brasil. Filho de pioneiros, ele nasceu na cidade e afirma que uma boa conversa, com respeito e compreensão, faz parte dos brasilienses. Em entrevista CB.Poder — programa da TV Brasília em parceria com o Correio Braziliense —, desta quarta-feira (20/4), essa característica deve ser priorizada e vivida pelos moradores da Capital neste ano de eleição para combater a polarização política entre familiares, amigos e vizinhos.
“Diálogo sempre faz crescer, e as polêmicas desunem, porque cada um se segura no seu ponto de vista e não quer ver o outro”, afirma. Os pais de Marcony vieram do Rio Grande do Norte para a construção da cidade na década de 1960. “Somos pioneiros, candangos, nos alojamos na Vila Planalto, e estamos lá até hoje”, relata.
Naquele momento, ele foi chamado para o seminário menor, no ensino médio do Colégio Corjesu, na L2 Sul, para depois ingressar no Seminário Maior, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, no Lago Sul. “Lá, fiz filosofia, teologia, e logo fui ordenado, em 1988 pelo Dom José Freire Falcão, cardeal da nossa cidade naquela época, que me designou a trabalhar em Sobradinho, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima”, recorda.
Dom Marcony acredita que o lema da Campanha da Fraternidade 2022, “Fraternidade e Educação”, é o que pode guiar o respeito e aproximação de pessoas com pensamentos opostos. “Na medida em que a gente se deixa levar pelo diálogo e pela compreensão de tentar entender o lugar do outro, a gente tem fraternidade”, destaca. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é a entidade que organiza a divulgação da campanha religiosa.
Relação com militares
Em 12 de março, Dom Marcony Vinícius Ferreira foi nomeado pelo Papa Francisco como arcebispo militar de Brasília, até então bispo auxiliar de Brasília, como novo Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil. Desde então, ele conseguiu perceber a identificação dos integrantes da igreja para com os militares.
“O que nos aproxima muito dos militares e da igreja é a disciplina, a hierarquia e o sentido de obediência, em que não se tem discussões”, analisa o líder religioso. Dom Marcony destaca que se uma pessoa quer seguir a Deus, tem que fazer renúncias. “No campo militar, tem que estar 24 horas disponível ao país”, exemplifica.
Confira abaixo a entrevista completa no Youtube do Correio.